Há exatos 1.428 anos da publicação deste artigo, a família coreana Kongō de Baekje fundava a companhia Kongo Gumi, situada em Osaka, território do Japão.
A organização Kongo Gumi
Kongo Gumi é considerada a organização familiar mais antiga do mundo. Incrivelmente, perdurou até o ano de 2006, quando foi adquirida pela também empresa japonesa de construção Takamatsu.
A instituição, fundada no ano de 578 d.C, deu início às suas atividades quando Shôtoku Taishi, príncipe e político influente do Japão à época, decidiu construir um templo designado às práticas do budismo.
Para isso, Shôtoku convidou uma família de imigrantes vinda do antigo reino de Baekje, parte da Península Coreana.
Ramo de atividade
Como descrito, a empresa familiar Kongo Gumi tinha como ocupação principal a construção civil, mais precisamente obras arquitetônicas budistas.
Uma dessas construções que se tornou extremamente famosa foi a edificação do Castelo de Osaka.
Construído em meados dos anos de 593, o projeto arquitetônico é considerado uma das mais belas fortificações nipônicas já construídas. Além disso, marcou a unificação do Japão, no século XVI.
Hoje, o Castelo de Osaka, estruturado em madeira, é considerado atração turística quase obrigatória àqueles que visitam a terceira cidade mais populosa do continente asiático.
Os motivos de sucesso da Kongo Gumi
Especialistas afirmam que a construtora atuava com competência na seleção de seus gestores.
Aqui, um ponto fundamental.
É comum no Japão que os herdeiros de maior idade assumam o comando dos negócios familiares.
No entanto, os principais responsáveis na gestão da empresa optavam por selecionar os descendentes que detinham melhores aptidões para o cargo.
Outro motivo milenar de sucesso está no ramo de atividade em que a empresa atuava. Ou seja, a construção de templos budistas.
Este mercado possuía uma alta taxa de previsibilidade e pouco se alterava, o que tornava a organização em questão uma especialista com imensa tradição.
Possíveis causas de falência da Kongo Gumi
Depois de tanto tempo de trabalho de excelência, a Kongo Gumi decretou parcialmente seu encerramento em 2007.
Especialistas consideram que causas financeiras, como dívidas por empréstimos, além de mudanças culturais e comportamentais levaram à deterioração dessa empresa milenar.
Estudos também demonstram um significativo declínio da prática budista no país asiático, como apontou artigo do “The New York Times“, publicado no Portal G1 em 2008 (mais informações nas referências bibliográficas).
Recomendamos a leitura do artigo “Fontes de oportunidades inovadoras“, publicado neste blog, no qual Peter Drucker nos oferece algumas pistas consideradas relevantes no processo de inovação, sobretudo no mundo competitivo atual.
Um legado que ainda continua
Pode-se dizer que a organização em questão ainda vive por meio da importante construtora japonesa “Takamatsu Construction Group“, pela qual passou a funcionar como sua subsidiária.
Como consta em seu site, a Takamatsu é um conjunto de 21 empresas cujos pilares essenciais apoiam-se em três bases primordiais: a construção, a engenharia civil e o mercado imobiliário.
Assim, apesar do anúncio da sua falência, a Kongo Gumi, inicialmente criada por imigrantes coreanos, mantém indiretamente a sua história perpetuada no solo japonês.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LOPES, Rose Mary. Empresas familiares vencem o desafio de durar por gerações. Acesso em 17/05/2020.
CAVALCANTI, Rodrigo. Kongo Gumi: Isso, sim, é tradição. Aventuras na História. Acesso em 17/05/2020.
About Takamatsu Construction Group. Takamatsu Construction Co., Ltd. Acesso em 18/05/2020.
Baekje. Wikipédia. Acesso em 21/06/2020.
NORIMITSU, Onishi. Budismo pode desaparecer em pouco tempo no Japão. Acesso em 21/06/2020.
Servidor público. Músico e escritor nas horas vagas. É também responsável pelo maior site de Administração e Gestão Pública do Brasil. Formado em Administração pela UNICEP, com especialização em Gestão Organizacional e de Pessoas pela UFSCar.
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